quinta-feira, 8 de setembro de 2011

INDEPENDENCIA DA CORRUPÇÃO


Muitos que foram assistir ao desfile em Brasília aderiram à Marcha Nacional contra a Corrupção

Brasília. As comemorações do Dia da Independência, realizadas ontem em Brasília, foram marcadas por protestos contra a corrupção no País. Vestidos de preto, manifestantes carregavam cartazes pedindo o fim do voto secreto na Câmara dos Deputados e no Senado e punição para corruptos. Segundo a Polícia Militar do Distrito Federal, cerca de 25 mil pessoas participaram da manifestação.


O movimento foi pacífico. Entre os participantes estavam estudantes, aposentados e até crianças, como Pedro Henrique, 7 anos, que acompanhou a avó Mônica Gusmão Barcelos durante a passeata. "Vim marchar contra a corrupção", disse. Para a professora aposentada Virgínia Messias, 65 anos, a manifestação é importante para conscientizar as pessoas. "É uma forma de cada um se expressar e espero que este movimento alcance muitos outros que ainda estão em casa, confortavelmente. Ponham a mão na consciência".


A ação popular também agradou o servidor público Marcelo Sampaio, 39 anos. "Vim somar a essa iniciativa de manifestação contra a corrupção, contra o voto secreto, contra um Congresso que esconde o que um deputado faz de errado. A gente precisa estar aqui para dizer que a gente não concorda".


Às 10h, os participantes da Marcha Nacional contra a Corrupção ganharam as ruas e saíram do Museu da República em direção à Praça dos Três Poderes. O movimento apartidário, convocado pelas redes sociais na internet, protestou contra desvio de dinheiro público em ministérios, denunciado recentemente, além da absolvição da deputada Jaqueline Roriz (PMN-DF), flagrada recebendo dinheiro do esquema de corrupção do governo do Distrito Federal, conhecido como mensalão do DEM.


Durante o percurso, alguns manifestantes fizeram a lavagem simbólica do Ministério da Agricultura e do Congresso Nacional. Ao som do Hino Nacional, eles ocuparam a Praça dos Três Poderes para "abraçar" a Bandeira do Brasil. De acordo com Cecília de Oliveira, uma das organizadoras do evento, a mobilização na internet ganhou repercussão após o episódio da absolvição da deputada federal Jaqueline Roriz. São Paulo, Recife, Porto Alegre e Salvador foram algumas das capitais que também sediaram protestos.


Solenidade
Ao lado da filha, Paula, e do neto, Gabriel, a presidente Dilma Rousseff participou do desfile militar em comemoração ao Dia da Independência, em Brasília. O evento começou em torno de 9h30 e terminou por volta das 11h30 com as acrobacias aéreas da Esquadrilha da Fumaça. A presidente seguiu para o Palácio da Alvorada depois da solenidade.


ATRÁS DE TAPUMES
Petistas dizem não ignorar os protestos
Durante o desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, tapumes foram utilizados para fechar a área reservada para o evento, de forma que manifestantes, que haviam organizado uma marcha contra a corrupção, não interrompessem a parada. Até o momento em que a presidente deixou o local, não era possível perceber a marcha, com concentração marcada para menos de 100 metros do evento.



Ao final do evento, o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), afirmou que, mesmo sem ter ouvido a marcha contra a corrupção, as autoridades "não a ignoraram", porque "sabiam de sua existência". "É legítima e natural. Faz parte da democracia", disse ele.


Já o ministro José Eduardo Cardozo (Justiça), afirmou que a marcha contra a corrupção não "está em contradição" com o evento de Sete de Setembro. "O governo tem sido o maior batalhador contra malfeitos", disse Cardozo.


Esquiva
O ministro dos Transportes, Paulo Sérgio Passos, cuja pasta foi um dos alvos da "faxina" e dos manifestantes, esquivou-se de falar sobre o protesto, alegando que "não viu nada". Ele disse que não estava constrangido com a manifestação. Passos, que ocupou o cargo de secretário-executivo da pasta durante todo o governo do ex-presidente Lula (2003-2010), disse que "as questões internas do ministério já estão encaminhadas e sendo cuidadas pela Controladoria Geral da União (CGU), pelas auditorias, pelas comissões de sindicância e processos administrativos e disciplinares". A CGU deve divulgar amanhã um primeiro balanço das auditorias feitas nos contratos do Ministério dos Transportes.
Fonte: Diario do Nordeste

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