sexta-feira, 18 de maio de 2012

Dia Nacional de Luta contra a Exploração Sexual



Ligações registradas pela Disque 100 tiveram um aumento de 68% entre os primeiros meses de 2011 e 2012

Magrinhas, vestidas ainda com roupas de criança, elas se maqueiam, calçam salto alto para se travestirem de mulheres. Eles, apesar da baixa estatura e do corpo esguio, muitas vezes, são usados como objetos. Com 96 denúncias registradas no Disque 100 de janeiro até abril deste ano, o Ceará é considerado pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República o oitavo Estado do Brasil em número de denúncias. O primeiro é a Bahia, com 250 notificações, seguido do Rio de Janeiro, com 216, e São Paulo, que efetuou 204.

Os casos de violência sexual, incluindo abuso e exploração, também estão sendo mais denunciados. No Ceará, nos primeiros quatro meses de 2011, foram 920 ligações registradas. Neste ano, em igual período, foram 1.546, o que corresponde a um aumento de 68%. Porém, o número de ocorrências poderia ser maior se o Disque Direitos Criança e Adolescente (DDCA), da Prefeitura de Fortaleza, estivesse funcionando. O serviço, desde março, está parado para reformulação no atendimento das vítimas.

Combate

Hoje, é celebrado o Dia Nacional de Luta contra a Exploração Sexual, e a grande questão é: o que a sociedade e os governantes fazem em prol dessa luta? Na Capital, existe uma rede de atendimento tanto para o público explorado quanto para o abusado. Nos últimos anos, a quantidade de assistidos só aumenta.

Em 2011, 1.005 crianças e adolescentes foram recebidos pela Rede Aquarela, instituição ligada à Secretaria de Direitos Humanos (SDH) da Prefeitura de Fortaleza, que realiza ações de acolhimento e assistência para as vítimas e familiares. Já em 2010, apenas 584 foram acompanhados pelo programa, o que equivale a um aumento de 72%.

Neste ano, de janeiro a abril, foram 229 notificações na Rede, um crescimento de 39% em relação a igual período de 2011, quando foram atendidos 168 crianças e adolescentes abusados e explorados.

A maioria dessas crianças e jovens, segundo a SDH, mora e é explorada em dez regiões de Fortaleza: Barra do Ceará, Jangurussu, Praia de Iracema, Beira-Mar, Praia do Futuro, Castelão, Centro, Terminais, Av. Expedicionários c/ São Cristóvão e Av. Osório de Paiva, BR-116. Todas essas regiões fazem parte do programa de assistência da Rede Aquarela que, atualmente, trabalha em comunidades na Barra do Ceará, Jangurussu e Praia do Futuro.

Segundo Elisabeth Amaral, titular da coordenaria da Criança e do Adolescente, a maioria dos explorados são do sexo feminino e grande parte teve a primeira experiência sexual antes dos 12 anos, fato que, segundo ela, gera trauma psicológico irreversível. "Elas perdem a dimensão de infância e de ser criança", diz.

SAIBA MAIS

1º - Bahia - 250 ligações (11,60%)
2º - Rio de Janeiro - 216 ligações (10,02%)
3º - São Paulo - 204 ligações (9,46%)
4º - Minas Gerais - 190 ligações (8,81%)
5º - Pernambuco - 117 ligações (5,43%)
6º - Rio Grande do Sul- 100 ligações (4,64%)
7º - Maranhão - 99 ligações (4,59%)
8º - Ceará - 96 ligações (4,45%)
9º - Paraná - 92 ligações (4,27%)
10º - Amazonas- 87 ligações (4,04%)

Fonte: Diario do Nordeste

Nenhum comentário:

Postar um comentário